Estilos de vinhos: tranquilo, espumante, doce e fortificado

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TRILHA DO SOMMELIER

Módulo 1

CAPÍTULO 1: Expert em 10 minutos
Estilos de vinho: tranquilo, espumante, doce e fortificado 85%

Até agora falamos de vinhos de forma geral e das cores em que se apresentam: branco, laranja, rosé e tinto. Como nada foi especificado, supõem-se que eram vinhos tranquilos, que afinal são a grande maioria dos vinhos produzidos. Neste tópico veremos os outros estilos.

Estilos de vinhos

Assim como ocorre com vinho de diferentes cores, diferenças no processo de produção resultam em características particulares nos vinhos: maior ou menor doçura, presença ou não de borbulhas e teor alcólico.

Para fins didáticos, optei por agrupar os vinhos em 4 macro estilos: tranquilo, espumante, doce e fortificado. Há, no entanto, grande variação dentro dos estilos em função das variedades de uva empregadas e das técnicas de vinificação que vimos nos tópicos anteriores deste módulo.

Tranquilo

É produto da fermentação da uva do qual falamos nos tópicos anteriores. Para fins legais estipula-se que os vinhos finos devem ser produzidos a partir de uma família especifica de videiras – a vitis vinifera. Os produtos obtidos a partir de outras variedades ou híbridos são classificados como “vinho de mesa”.
Várias outras classificações legais são aplicáveis na definição de um vinho, como teor alcoólico (mínimo e máximo) e quantidade de açúcar residual – relacionado à nomenclatura: seco, suave, meio seco e doce. Saiba mais nesse podcast >>

Espumante

Vinho com borbulhas. O termo “espumante” é às vezes aplicado de forma genérica a qualquer “vinho com borbulhas”, mas estritamente só podem ser chamados espumantes aqueles que apresentem pressão minima de 6atm. Os valores podem variar de país a país.

De onde vêm as borbulhas?

As borbulhas do espumante são o gas carbônico, sub produto da fermentação, que foi aprisionado no vinho. Esse gás mais comumente advém de uma 2a fermentação (ver método Champenoise ou tradicional x Charmat no ABC do Simples Vinho), mas pode perfeitamente ser fruto da 1a fermentação também, como nos Asti DOCG ou nos espumantes de método ancestral (ou Petilant Naturel).

Espumante harmonizado com prato principal

Muito associado a comemorações e aperitivos, esse vinho versátil é ótimo também para acompanhar refeições principais. Uma combinação que vem se tornando clássica são os espumantes tintos e feijoada. A combinação de taninos e borbulhas potencializa a adstringência do vinho e o torna extremamente gastronômico. Aqui vão algumas dicas para quem quiser testar essa fórmula:
  • NATURE NEGRO – Estrelas do Brasil (R$75,00) >>
  • Espumante Extra Brut Tinto – Vinícola Valmarino (R$71,00) >>

  • Rio de los Pajaros Brut Nature Tannat – Bodega Pisano (R$196,41) >>

Conheça mais sobre o método de produção dos espumantes neste podcast >>

Bubbling Fast Facts

Dnominação de Origem

Champagne ė um espumante com denominação de origem assim como Barolo é um vinho tranquilo com denominação de origem. Exemplos de outros espumantes com D.O.:

  • Cremant du Loire (Loire, França) e Cremant D’Alsace (Alsácia, França)
  • Cava (Espanha)
  • Sekt (Alemanha)
  • Prosseco (Itália)

Pressão

Espumantes devem ter pressão interna mínima de 4 atm (a 20graus). Vinhos com pressão inferior são classificados como frizantes.

Os vinhos “borbulhantes” também podem ser gaseificados, mas aí é outra história…

Doçura
Diferentes níveis de açúcar são comuns nos espumantes e vêm descritos no rotulo sob os termos:
  • Nature: até 3g/litro
  • Extra Brut: até 9g/l
  • Brut: até 15g/l
  • Sec/Seco: até 20g/l
  • Demi Sec: até 60g/l
  • Doce/Doux: acima de 60g/l

Vinhos doces

Os vinhos doces tratados neste tópico referem-se exclusivamente àqueles doces naturais – ou seja: sem açúcar adicionado. O vinho resultante será adocicado devido ao elevado teor de açúcar residual – açúcar que resta sem ser transformado em álcool pelas leveduras.
Uvas destinadas a icewine na Inniskillin
 
As uvas usadas nesses vinhos podem concentrar maior quantidade de açúcar por vários processos: colheita tardia, apassimento (no próprio pé ou na bodega), podridão nobre (ataque por um fungo específico – ex.: Tokaji) ou congelamento (icewine).
 
Vinhos doces também podem ser obtidos a partir de uvas “normais” (não particularmente concentradas) pela interrupção da fermentação antes de todo o açúcar ser consumido pela fermentação e transformado em álcool (caso típico: Porto)
 
Conheça alguns vinhos doces famosos e saiba mais nesse podcast >>
Confira também o vídeo curto resumindo o programa sobre vinhos doces e divinos.
 

Vinhos fortificados

Fortificação é a adição de álcool ao vinho, que atinge assim uma graduação álcoolica de cerca de 20%.
 
Há vários fortificados de origem famosa como os Porto, Jerezes e Madeira. Cada um desses vinhos tem particularidades em seu processo produtivo. Falei dos vinhos do Porto nesse podcast >>
 
Os vinhos fortificados podem ser doces ou secos. No caso dos Porto e Madeira, por exemplo, a fortificação ocorre antes de todo o açúcar das uvas ser consumido: o ambiente de elevado teor alcóolico mata as leveduras e interrompe a fermentação. O momento exatato para a interrupção da fermentação é uma ecolha de cada produtor e determina o teor de açúcar residual final.
 
No caso dos Jerezes (com exceção dos PX), a fortificação ocorre após o processo fermentativo ser finalizado. Os vinhos resultantes são secos. Degustamos Jerez nessa confraria, e aproveitei pra comentar brevemente o tema. Um podcast esclusivo já está programado!

Olá, bem-vindo à Trilha do Sommelier do Simples Vinho. Eu sou a Fabiana Knolseisen, sommeliére, e vou te ensinar tudo o que você precisa para aproveitar ao máximo essa bebida incrível. Um novo tópico a cada semana e um podcast a cada capítulo concluído. Tintim!

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