Cepas: varietais x blends

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TRILHA DO SOMMELIER

Módulo 1

CAPÍTULO 1: Expert em 10 minutos
Cepas: varietais x blends (parte 1) 41%

Neste tópico veremos as principais variedades de uvas viníferas brancas e os estilos de vinhos que produzem em vinhos varietais. As cepas tintas e os blends serão cobertos no próximo post.

Principais cepas de uva na produção de vinho

Vinhos são feitos de uvas de diferentes cepas ou variedades. Cada cepa tem suas características, mais ou menos adequadas e ressaltadas de acordo com o terroir (uma combinação do solo, topografia, clima e técnicas de cultivo). Veremos a seguir, brevemente, as principais variedades.

Castas Brancas – Aromáticas

Produzem vinhos que se destacam pela intensidade aromática e e de sabores; costumam também primar pelo frescor. São elas a Sauvignon Blanc, Riesling, Moscatel, Gerwustraminer e Torrontés. Os vinhos varietais de castas aromáticas costumam buscar valorizar tais características e frescor.

Vinificação

Para maximizar a expressão da fruta, a vinificação normalmente é feita em recipientes inertes (inox ou concreto), sem contato com oxigênio. A seleção de leveduras é prática comum. Por essas características, normalmente esses vinhos são produzidos para consumo imediato (até 2 ano), mas alguns (particularmente os RIeslings) envelhecem com extrema classe!

Notas sobre a Riesling: sua capacidade de preservar altos níveis de acidez a torna a variedade aromática branca que melhor envelhece (desenvolvendo aromas de mel e tostada, ademais do famoso “petróleo”). Aliada a sua capacidade de acumular açucar, essa característica a torna ideal para vinhos doces de colheita tardia e botrytizados.

Características gerais e zonas proodutoras famosas

A tabela mostra um resumo das características gerais dos varietais de cada cepa de acordo com o clima em que são produzidos, exemplificando as mais famosas regiões proodutoras (segundo o WSET3 em 2018).

Torrontés

Não poderia falar de uvas brancas aromáticas aqui na América do Sul sem mencionar a Torrontés! Essa variedade orginária da Argentina (note que não se trata da Torrontés espanhola!) produz vinhos leves, intensamente florais e frutados. Há 3 variedades: o San Juanino, o Mendocino e o Riojano – esse último, considerado de melhor qualidade, expressa todo seu potencial nos vinhedos mais altos do mundo de Cafayate, em Salta. Tem um programa todinho sobre a Torrontés aqui >>.

Castas Brancas menos aromáticas (Neutras)

A casta neutra por excelência é a Chardonnay. Sua versatilidade possibilita que seja plantada na maioria das regiões produtoras, podendo contudo ter suas características bastante afetadas pelo clima e técnicas de manejo (o eterno dilema quantidade x qualidade).

Vinificação

Essa “neutralidade” da uva instiga o produtor a utilizar na vinícola técnicas mais ativas na definição do estilo do vinho a ser produzido. São comuns, portanto, a vinificação e/ou estágio em barricas de carvalho, contato limitado com oxigênio durante o processo e tempo de contato com leveduras (sur lie).

No caso da Pinot Grigio (produção italiana), o clone utilizado é de grande importância na diferenciação da produção dos vinhos de qualidade superior e os vinhos mais simples (majoritariamente italianos produzidos nas planícies do Vêneto a partir de um clone de pele clara e bagos grandes). Os vinhos de maior qualidade (produzidos nas regiões alpinas) utilizam os clones originários da França e Alemanha, que produz bagos pequenos e com maior concentração de sabor.

Nota: O WSET inclui a Pinot Gris/Grigio nesta categoria de “casta neutra”. Para nós aqui na América do Sul, no entanto, os exemplares mais comumente encontrados têm estilo fresco.

Características gerais e zonas proodutoras famosas

Outras Cepas Brancas – escopo

Seria impossível falar de todas as variedades de uvas e qualquer “seleção das mais populares” seria sujeita a críticas. Assim sendo, limitei meu escopo às minhas notas da certificação WSET3.

Acho notável o enfoque do material a vinhos tão inacessíveis nestas bandas do planeta, mas o mundo do vinho é assim: focado nos formadores de opinião e mercados – no caso, vinhos do Velho Mundo e mercados consumidores europeu e americano (agora também o chinês!).

Eu já havia arranhado o tema de variedades de uvas – com um olhar mais cucaracha – neste podcast, que acho até mais alinhado ao nível introdutório deste capítulo. Para fins didáticos, na Trilha do Sommelier eu optei por adotar a lógica da reconhecida certificação WSET (no caso, o nível 3, único que conheço). Assim, veremos as outras castas oportunamente quando passarmos a estudar cada região produtora.

Não desanime!

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Olá, bem-vindo à Trilha do Sommelier do Simples Vinho. Eu sou a Fabiana Knolseisen, sommeliére, e vou te ensinar tudo o que você precisa para aproveitar ao máximo essa bebida incrível. Um novo tópico a cada semana e um podcast a cada capítulo concluído. Tintim!

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Nesse ABC vamos colecionando definições dos temas que já comentamos nos programas. Não é exaustivo nem definitivo – apenas mostra
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