Uma parte sempre importante em minhas visitas a países produtores de vinho são as “lembrancinhas” que trago de volta para casa. Minha mala sempre volta cheia de vinhos, mas a tarefa de enchê-la pode ser tão simples quanto uma ida ao supermercado da esquina ou uma verdadeira epopeia. Deixo aqui algumas dicas coletadas em minha última viagem ao Chile.
Fabiana Knolseisen, 07/08/2018
DICA ATUALIZADA: confira as dicas da sommelière Clarissa Toledo de lugares de vinhos (e cervejas!) para conhecer e fazer boas compras no Chile. Podcast gravado em 2021.
Quantos vinhos posso trazer?
O volume total de bebida alcoólica que brasileiros em viagem ao exterior podem trazer de volta é sempre o mesmo independente do país visitado: 12 litros ou 16 garrafas de 750ml por adulto. Eu considero uma boa quantia e nunca excedi essa quota mas, sim, já tive que driblar o problema do excesso de peso. Vinho pesa! Eu calculo uma média de 1,3kg/garrafa – ainda mais com essa moda agora de fazer garrafas super pesadas!
Dica: em vôos diretos desde Santiago é possível trazer até 4 garrafas na bagagem de mão. Isso não aumenta o total permitido na entrada no Brasil mas pode ajudar a evitar o excesso de bagagem!
Quais vinhos trazer?
Essa é uma questão muito pessoal e vai depender do seu gosto e bolso. Como regra geral eu pesquiso para trazer aqueles vinhos clássicos, os famosões (no Chile seriam, por exemplo, os da Degustação de Berlim – Chadwick e Seña -, Almaviva, Don Melchor etc). São vinhos caros mesmo lá e impossíveis de comprar no Brasil. Confira mais sobre o Julgamento de Berlim no ABC do Simples Vinho >>.
Além dos clássicos, normalmente trago vinhos das vinícolas que visito: as vinícolas são escolhidas a dedo, de acordo com meus interesses e meu roteiro, e para isso sempre estudo um pouco antes de ir. Você pode conferir esses meus estudos no programa que eu fiz sobre os vinhos do Chile antes de viajar (clique aqui) ou o que fiz quando voltei, contando sobre as 2 vinícolas que visitei (e amei) no Valle de Casablanca (clique aqui). Sobre essas visitas também fiz posts específicos comentando sobre os vinhos que provei. Confira: Bodegas RE e Matetic.
Sempre busco conhecer, durante a viagem, vinhos de produtores que chamaram minha atenção durante minhas pesquisas mas que não pude visitar. Se experimento e gosto, trago! Principalmente quando não estão disponíveis no Brasil, como é o caso da Laura Hartwig. Também trago meus clássicos pessoais, como o Tarapacá Etiqueta Negra, que por lá encontrei por R$50 – 1/3 do preço no Brasil!).
Por mais tentador que pareça, pessoalmente evito trazer vinhos “baratos” – aqueles de larga produção e que são facilmente encontrados no Brasil a preços não proibitivos, apesar de mais caros. Às vezes priorizo esses vinhos caros e raros mas às vezes prefiro vir com a mala mais leve mesmo, e nem trazer todas as garrafas que poderia.
Driblando o excesso de peso da mala cheia de vinhos
Não tem muita mágica a fazer além de racionalizar a quantidade de roupas a levar já pensando em quantos vinhos voltarão na bagagem. Eu levo o mínimo de roupa possível: prefiro ter que comprar alguma coisa que eventualmente tenha faltado do que trazer de volta roupas sem uso (e assim mesmo, sempre trago de volta roupas que acabei nem usando!).
Quem viaja em vôo direto leva vantagem porque, assim como acontece em Mendoza (confira aqui), nos vôos diretos do Chile para o Brasil, cada pessoa pode trazer até 4 garrafas de vinho na cabine do avião. Você continua podendo trazer no máximo 16 garrafas, mas 4 garrafas a menos na mala despachada podem ser justamente o necessário para não precisar pagar excesso de peso. Essa informação era acurada março/2018; convém conferir se sofre alterações na sua data de viagem.
Onde comprar
Antes de decidir “onde” é preciso ter ideia de “quais” vinhos se quer trazer. Eu sempre pesquiso antes de viajar e já chego no destino com uma boa ideia inclusive dos preços. Um jeito fácil de iniciar a pesquisa é usar o site wine-searcher.com: além de uma ideia sobre os preços o site mostra lojas onde os vinhos desejados poderão ser adquiridos. Infelizmente, a maioria das lojas costuma ser apenas online, mas comprando com antecedência é possível arranjar entregas para o hotel.
Vinícolas
Os preços nas vinícolas costumam ser ligeiramente (uns 10%) mais baratos que nas lojas (a Matetic tinha até combos promocionais!). Além disso, a oferta costuma ser mais ampla e ainda tem o charme de visitar uma vinícola. A maioria delas tem loja e, no caso de produtores boutique, esse é normalmente o único ponto de venda disponível.
Para vinhos do Grupo Belén, que inclui: Morandé, Morandé Adventure, Mancura, Vistamar e até a argentina Zorzal, o ideal é ir direto na fonte! Preços imbatíveis e entrega grátis na região metropolitana para compras acima de um valor (em mar/2018 eram só 40mil pesos chilenos!). Para compras online >>
Se preferir comprar ao vivo, inclua no seu passeio ao Vale de Casablanca uma visita à House Casa del Vino, o centro turístico do grupo que oferece restaurante, degustações e, claro, a loja de vinhos.
Supermercado
São sempre uma opção prática, com vários pontos espalhados pela cidade, amplo horário de atenção e abertura nos finais de semana. Normalmente a oferta é limitada aos maiores produtores, então, se seu objetivo forem vinhos de entrada a médios da Concha y Toro, por exemplo, podem ser uma boa. Para vinhos top e produtores médios a pequenos, as lojas especializadas tendem a ser uma melhor opção. Uma rede famosa é a Jumbo (e eles estão presentes no Costanera Mall, que é minha dica abaixo)
Lojas Especializadas
Eu sempre acabo aqui! Nessa viagem eu só tinha um dia em Santiago e era justamente um domingo. Fui direto ao Costanera Mall onde, além de um supermercado Jumbo estão 2 das lojas que eu tinha pesquisado: El Mundo del Vino e CAV – Club de Amantes del Vino. Ambas são bem estocadas, têm funcionários atenciosos e vendem vários apretrechos, taças etc.
Quando eu visitei, a El Mundo del Vino estava com uma promoção de 25% que foi imbatível, mas você pode consultar os preços e promoções e até comprar no site da loja (clique aqui). Também vale conferir os eventos de degustação que eles promovem.
Dica: no Costanera Mall pegue o cupom de desconto para turistas no Concierge do Mall no piso inferior. São 15% que podem ser utilizados nas compras de vinhos e em outras lojas.
Free Shop
Não, você não vai querer deixar suas compras para o free shop: além de a oferta ser limitada os preços normalmente não são interessantes. Essa é uma tendência que tenho observado em vários aeroportos por aí.
Parece loucura, mas acaba compensando pagar o imposto nas lojas (a menos que você não tenha espaço na mala, não queira despachar ou dê sorte de pegar alguma promoção que te interesse).