A Vino Mundi comemorou seus 10 anos de vida com uma degustação de alguns dos melhores rótulos de seu portfólio. Compartilho aqui meus preferidos.
10 anos não é todo dia
Os eventos para apresentação das novidades no portfólio e de ícones já consagrados são tradição dessa loja de vinhos e produtos gourmet, mas esse evento comemorativo dos 10 anos foi especial.
Os rótulos foram pessoalmente escolhidos pela proprietária e sommelière Angela Coelho, que buscou refletir na seleção tanto suas preferências pessoais como as dos clientes. O resultado foram cerca de 15 stands com ofertas de vinhos em várias faixas de preço. Cada stand contava com pelo menos um rótulo ícone.
Minha seleção de rótulos no Vino Mundi 10 anos
Não pude provar todos os vinhos oferecidos no evento. Me concentrei nos brancos (minha atual paixão), nos estranhos e tintos ícones. Abaixo vão meus destaques.
Cave Amadeu Rústico Nature (Família Geisse) – R$ 75,90
Espumante produzido pelo método tradicional e sem degorgement – i.e., segunda fermentação na garrafa e sem limpeza das borras nem adição do licor de expedição: uma aula completa sobre produção de espumantes! Se parece que estou falando grego, confere esse podcast explicando tudo isso >>. É seco e rústico, com complexidade dada pela autólise (contato com as borras) estendida. O melhor é poder estender esse contato por conta própria: vale comprar 2 garrafas e provar uma agora e a outra em 2 ou 3 anos (talvez mais!).
Hunter’s Sauvignon Blanc – R$ 189,60
Nova Zelândia é “O” lugar para a Sauvignon Blanc no novo mundo: baita intensidade aromática – com a famosa lixía, kiwi, abacaxi e cítricos. Acidez com pegada e muita concentração. O Preço é mais puxado, mas é um vinho distinto dos que temos por aqui e que vale provar. Toda confraria de Sauvignon Blancs tem que ter um representante neozelandês!
Maitia Aupua Pipeño 2017 – R$ 96,90
Os pipeños atuais não têm muito mais a ver com os originais, que recebiam esse nome por serem conservados em pipas de raulí, um carvalho chileno mais poroso e que lhes conferia um estilo oxidado. Esse aqui é bem vivo e jovem, com muitas frutas vermelhas silvestres no nariz, acidez alta mas equilibrada num estilo leve mas com pegada – um “suquinho” que engana.
Assim como os pipeños originais vem de videiras centenárias da uva País, no secano chileno – salvas da extinção/replantação justamente por enólogos naturebas como David Marcel da Viña Maitia. Esse é 80% País e 20% Carignan.
Carmen Vintages Blend – R$ 234,92
Um blend de safras (das melhores) de Cabernet Sauvignon do Vale do Maule: 75% de 2016, 10% de 2015, 7,5% de 2014 e 7,5% de 2013. Complexidade dada pelas distintas safras, notas especiadas e um vestígio de fruta negra. Potente!
1000 Stories Zinfandel Bourbon Barrel Aged 2016 – R$ 219,00
Muito legal. Primeiro porque é Zinfandel e a gente não costuma ver muito por aqui; segundo porque é vinho do bem: parte da renda é destinada à preservação do habitat e dos bisões americanos (esse bichinho do rótulo); terceiro porque é envelhecido em barris usados de bourbon, que dá uns toques caramelados, defumados, de ervas secas e especiarias ao vinho, que tem a base de frutas vermelhas bem maduras dada pela Zinfandel. Encorpado mas com taninos macios. Vale conhecer.
Clos de Luz Azuda Syrah 2017 – R$ 159,00
Mais um natureba (estou nessa fase, desde que o vinho seja bem feito!). A uva é colhida um pouco antes do ponto para garantir frescor – marca registrada do produtor. Os vinhedos são orgânicos, a intervenção é mínima e só é adicionado sulfito (pouco) na hora do envase.
O resultado é um vinho que combina aromas de frutas negras frescas, terrosos e achocolatados (apesar de não passar por barricas) que se abrem em camadas na boca. Os taninos são potentes mas não agressivos. Tem “só” 13,5% de álcool – outra marca registrada e buscada pelo produtor ao colher as frutas antes da maturação completa.
Marqués de Murrieta Reserva 2014 – R$ 283,00
Clássico riojano composto com Tempranillo (88%), Mazuelo (7%), Garnacha Tinta (3%) e Graciano (2%). Os aromas frutados são diminuídos pelos 2 anos de estágio em barris de carvalho americano. Combinam-se assim com caramelos e defumados, mais complexos, passando uma sensação de redondez. Os 13,5% de álcool garantem a elegência.
Epu 2015 – R$429
Tinha que comentar pelo menos 1 dos ícones que provei na Vino Mundi e escolhi esse aqui: o irmão mais novo do famoso Almaviva. É o tipo do vinho que é sucesso garantido.
Corte bordalês à base de Cabernet Sauvginon e partes menores de Carmenére, Merlot e Cabernet Franc. Estagia por 12 meses em barricas de carvalho. Potente, encorpado, combinando os aromas de frutas vermelhas maduras típicas dos vales chilenos e os caramelos e capuccinos das barricas. 14,5% de álcool.
Nota curiosa: “epu”| siginifica “número 2” na língua mapuche e reflete a tradição dos grandes chateaus franceses (lembrando que se trata de um Rothschild aqui!) de terem segundos e terceiros vinhos.
Sobre a Vino Mundi
Localizada na Vila Olímpia, a charmosa loja é a concretização do sonho da sommelière Angela Coelho: um lugar onde se pudesse encontrar bons rótulos, a preços justos, num ambiente inclusivo em que iniciantes se sentissem acolhidos. Não à toa o atendimento é um dos pontos fortes da casa, que também vende por telefone e internet com ótimas opções de entrega para todo o Brasil.
Os vinhos descritos aqui são apenas uma breve seleção dos que podiam ser degustados no evento e uma parcela ínfima do portfólio da loja.
Tel: (11) 2338-8466 (11)4106-5346
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