E lá estava eu, linda-leve-e-diva em plena quarta-feira, almoçando ao lado do marquês di Gabiano e do idealizador e proprietário do meu restaurante paulistano preferido da vida.

Em 2024 o restaurante Piselli celebra seus 20 anos e estávamos reunidos num almoço comemorativo. Juscelino esbanjava simpatia contando como sua parceria com o Marquês di Gabiano – quase tão antiga quanto o próprio Piselli, começara. Eu já conhecia a trajetória de Juscelino Pereira – hoje único proprietário – mas não o conhecia pessoalmente (levei bronca do marido, ao chegar em casa, por ter perdido a oportunidade de “demandar” o retorno ao cardápio do papardelle ao ragú de pato que amávamos. #ficaadica).

Juscelino contou que desde o início do Piselli pensava em ter os tradicionais “vinhos da casa” – teriam que ser italianos, naturalmente, mas na correria dos primeiros meses do restaurante esse projeto tinha ficado em segundo plano. É aí que entra a sorte – que como dizem: é o que acontece quando preparação e oportunidade se encontram. Um cliente se aproximou para parabenizá-lo pela qualidade dos pratos do restaurante e perguntou sobre um vinho da casa. Era Giacomo Cattaneo Adorno –  Marquês di Gabiano em passagem pelo Brasil e… produtor de vinho em Monferrato, no Piemonte. Assim nasceu uma parceria e amizade que duram até hoje.

O almoço da 4a feira celebrava, além dos 20 anos do Piselli, a presença Marquês por aqui e as recentes premiações recebidas por seus vinhos. Giacomo nos brindou com histórias do Castelo Gabiano começando no século VIII e da produção de vinho por lá já no ano mil, segundo os registros disponíveis. Alguns dos pratos que provamos foram desenvolvidos especialmente pelo chef italiano Antonio Maiolica para a famosa temporada de trufas da unidade Jardins do Piselli. Alguns dos vinhos também fazem parte do menu regular e estão disponíveis para compra no Mercato Piselli. Outros, no entanto, vieram na mala do Giácomo. Foram vários Barbera – especialidade do Castello di Gabiano – e um Chardonnay delicioso, safra 2016 de vinhedos voltados para norte (e no Piemonte, veja isso!)