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Nunca é demais lembrar: Vinho Verde não é verde! É colorido ou borbulhante como qualquer outro vinho e, com a estonteante variedade de uvas portuguesas, certeza que tem um Vinho Verde perfeito pra você! Neste episódio um primeiro contato com a região através dos olhos do produtor Quinta de Carapeços.
Maior região demarcada de vinhos portugueses
Localizada no extremo norte de Portugal, a região de Vinho Verde faz fronteira com a Espanha ao norte e segue em direção ao sul até depois do Douro. A influência marítima do Atlântico, com o grande volume de chuvas que provoca, pode ser uma das razões para que a verdejante região tenha sido denominada Vinhos Verdes.
Como nos conta meu entrevistado, Miguel Abreu, proprietário da charmosa Quinta de Carapeços na sub região de Amarante, uma das mais quentes e famosa por seus vinhos tintos profundos e frescos.
Clima e solos
É a maior região demarcada de Portugal, com 24 mil ha. As vinhas ocupam 16 mil ha e ficam ao longo dos vales dos rios principais, que são vários e cortam a região quase que horizontalmente. Esses cortes definidos pelos rios permitem que as frescas brisas do Atlântico avancem e refresquem os vinhedos até bem pro interior. Ao longo dos vales dos rios estão plantados os vinhedos que se dividem em 9 subregiões.
Descendo do Norte e indo para o sul as sub regiões são: Monção, Lima, Cávado, Ave, Basto, Sousa, Amarante, Paiva e Baião. Apesar dos solos razoavelmente homogêneos (majoritariamente graníticos, pouco profundos e ácidos), a topografia desempenha papel crucial na diferenciação dos perfis de vinhos produzidos em cada sub região. O solos vão se elevando conforme se adentra o país, aumentando a continentalidade do clima.
As especialidades da região de Vinho Verde DOC
A seguir um breve resumo das especialidades produzidas em cada subregião:
Amarante
em maior altitude e mais no interior da região, está bem protegida da influência do Atlântico. A variação de temperatura aqui é maior e favorece as castas de maturação mais tardia como Azal e Avesso (brancas), Amaral e Espadeiro (tintas). É famosa pelos seus vinhos tintos de alta qualidade e brancos de mais alto teor alcoólico e aromas tropicais.
Baião
Faz fronteira com a Região Demarcada do Douro. A alta continentalidade favorece as castas brancas de amadurecimento tardio, Azal e Avesso e para o Amaral tinto, pois precisam de calor no final da estação de maturação. Famosa pelos vinhos brancos da casta Avesso.
Paiva
No extremo sul da região de Vinho Verde, com pouca influência atlântica, maior altitude e chuvas moderadas, é uma sub região de vinhos tintos à base de Amaral e Vinhão. As locais Arinto, Loureiro e Trajadura – além da Avesso – são as principais variedades para os vinhos brancos.
Sousa, Ave Cávado e Lima
Regiões de maior influência atlântica e chuva em várias altitudes. São estas as melhores condições para a produção de vinhos brancos, frescos e com notas florais e de fruta citrina a partir das variedades Arinto, Loureiro e Trajadura. O tintos a partir das variedades Vinhão e Borraçal apresetam cor de romã, aromas frutados e com grande frescura.
Em Sousa o destaque são os vinhos rosé produzidos com a variedade Espadeiro.
Lima e Cávado contam com faixas de solos de ardósia.
Basto
Sub região mais interiorana, fica protegida dos ventos do Atlântico mas tem um clima severo com invernos frios e chuvosos e verões secos e quentes. Castas de maturação tardia, como Espadeiro (tinto) e Azal (branco), sentem-se confortáveis aqui. Destaque para os brancos de Azal. que origina vinhos muito frescos, com aromas de frutas cítricas e maçãs verdes. Os vinhos tintos impressionam com seu caráter complexo e fresco
Monção e Melgaço
Lar do queridinho dos brasileiros – o Alvarinho, que aqui produz vinhos complexos, encorpados e minerais. A precipitação é menor e as temperaturas de verão significativamente mais elevadas que nas demais sub regiões também favorece as castas tintas Alvarelhão e Pedral, que são recomendadas exclusivamente para esta sub-região. Estas são variedades de maturação precoce que se desenvolvem surpreendentemente num solo de seixos de granito.
Sobre meu entrevistado e a Quinta de Carapeços
A primeira referência à Quinta de Carapeços data de 1338, ano em que uma filha de Martim Carvalho, Cavaleiro de Basto, casou com, João de Carapeços, assim chamado por ser o senhor da Quinta com o mesmo nome. A propriedade foi vendida em 1351 e finalmente, no início do séc. XVII, passou a pertencer ao Mosteiro de São Salvador de Travanca, fundado em meados do séc. XII por monges Beneditinos.
Com a extinção das Ordens Religiosas em 1834, a quinta foi novamente vendida, sendo o atual proprietário um descendente do mencionado Martim Carvalho.
Miguel Abreu é advogado e se envolveu com os negócios da Quinta de Carapeços nos anos 1980, quando liderou sua renovação, seguindos os passos trilhados por toda a região de Vinho Verde. Foi o primeiro a apostar na casta Alvarinho e plantá-la fora da sub região de Monção e Melgaço. O cultivo das videiras e produção dos vinhos é feita d forma respeitosa, sob o lema “não há duas colheitas iguais“.
Conheça mais sobre a Quinta de Carapeços e seus vinhos aqui.
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