Harmonização de vinho e comida é bobagem ou é bait click?

Sim, harmonização de vinho e comida é bobagem segundo o Master of Wine Tim Hanni. Mas não desse jeito que você pensou (olha a bait click aí!). Deixo o link para uma das 457 mil “notícias” publicadas sobre essa afirmação controversa aqui: Tim Hanni MW: food and wine pairing is bullshit.

Parece que sim também para Isabel Mijares, discípula de Émile Peynaud e ex diretora do Consejo Regulador de la D.O. Valdepeñas. Confira aqui uma das 386 “manchetes” sobre a afirmação: La gran enóloga española: “La gente está con la tontería de los maridajes y eso ayuda mucho al sector“

Vinho ruim existe ou o errado sou eu?

Não sei se alguém – o vinho ou o degustador – é “errado”, mas claramente a experiência da degustação é pessoal, única e instransferível.

A explicação para enopredileções também pode estar na genética, epigenética e nos germes que nos habitam, como propõe Bill Sullivan em ‘Pleased To Meet Me: Genes, Germs, and the Curious Forces That Make Us Who We Are’.

Cientistas espanhóis também descobriram que as bactérias em nossa boca são em grande parte as responsáveis pelos aromas que sentimos nos vinhos. Confira aqui.

Enfim, se é aplicável ao coentro, também deve ser aplicável ao vinho! Cilantro Haters, It’s Not Your Fault

Mas afinal, vinho e comida harmonizam ou não?

Claro que harmonizam ou desarmonizam! A questão é entender que “harmonia” é um conceito relativo (como demonstram as explicações acima) e que, portanto, o ideal é entender como os componentes do vinho e da comida interagem. Confere no podcast!