SV#90: Umberto Eco, o Grand Cru e a TPM

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Crédito foto: Huffpost Brasil
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Intrigado com o título desse episódio? O que teriam em comum Umberto Eco, o episódio do Grand Cru de 2 mil dólares servido como um vinho de 20 dólares e a TPM? Muito. Ouça!

Normalmente, eles [os imbecis] eram imediatamente calados, mas agora eles têm o mesmo direito à palavra de um Prêmio Nobel (…) O drama da Internet é que ela promoveu o idiota da aldeia a portador da verdade

Umberto Eco

Para saber mais

  • The color of odors: o estudo que tingiu vinhos brancos com corante >>
  • Uma crítica a The colors of odors >>
  • Sobre Davis: https://www.newyorker.com/magazine/2002/08/19/the-red-and-the-white
  • O gorila invisível >>
  • Matéria da Decanter sobre o estudo alemão sobre o preço do vinho e a perceção de qualidade >>
  • Matéria da Decanter sobre diferenças nos cérebros de Master Sommeliers >>

Podcasts mencionados (e altamente recomendados)

  • Rabarbaro – Café Brasil 499 >>
  • Bohemian Rhapsody – Café Brasil 275 >>

Coluna publicada no Jornal Folha de São Paulo entitulada “A ENOLOGIA É UMA FRAUDE?”, extraída com Outline.com

Li no imperdÃvel Marcos Nogueira a história dos “wall-streeters” que pediram um Château Mouton-Rotschild de R$ 11,2 mil num restaurante de Nova York, foram servidos com um vinho ordinário de R$ 100 e nem perceberam.

É que os garçons se atrapalharam com os decantadores. O casal da mesa próxima que pedira vinho da casa e acabou agraciado com a garrafa de colecionador também não percebeu. Escândalo?

O problema, como sempre, são os nossos cérebros. Quando eles não têm informações suficientes para emitir um juÃzo, catam qualquer pista que esteja à mão, seja ela relevante ou não, e proferem seu parecer como uma conclusão irrefutável.

A dificuldade, no caso da enologia, é que o paladar e o olfato humanos não são bons o bastante para julgar vinhos, pelo menos não no nÃvel que os “sommeliers”, com seu vocabulário rebuscado e esnobe, fazem crer que é possÃvel. Aà o cérebro, para não ficar mal, apela para rótulos, preços, crÃticas etc.

Estudos da psicologia do gosto, iniciados nos anos 60 por Rose Marie Pangborn, só não acabaram de vez com a reputação da indústria enológica porque não são muito divulgados. Pangborn mostrou que bastava adicionar um pouco de corante a vinhos brancos para deixar os especialistas completamente perdidos.
Na sequência, outros trabalhos revelaram que, em copos escuros, estudantes de enologia não conseguem mais distinguir vinhos brancos de tintos e que basta trocar os rótulos das garrafas para que especialistas rasguem elogios a vinhos “objetivamente” medÃocres.

No caso de Nova York, a pista mais conspÃcua era o preço. Os “wall-streeters” que pagaram R$ 11,2 mil sentiram um vinho de R$ 11,2 mil, e o casal que pediu a bebida de R$ 100 teve a experiência de R$ 100. Isso até o restaurante revelar o mal-entendido e não cobrar o vinho de nenhuma das duas mesas. Aà o par de namorados “viveu” um grande lucro, e os investidores, prejuÃzo.

Créditos e agradecimentos

  • Obrigada aos apoiadores:

           

  • Ao longo do programa de hoje você ouviu Rabarbaro blues · Voci di corridoio
  • Na abertura, como sempre, tivemos Jane Monhit e Michael Bubblé com I won´t dance

2 Comments on “SV#90: Umberto Eco, o Grand Cru e a TPM

  1. Fabiana, gostei muito do conteúdo. O “moço” da Folha é praticamente um imbecil. E obrigado pela dica do Café Brasil. Vai disputar com você a minha audiência durante minhas caminhadas pela Ponta Negra, em Manaus [rsrsrs]

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