Dicas para Montar sua Confraria

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                                           Fabiana Knolseisen, 23/11/2017

Basicamente, é só reunir um povo com interesses comuns – no caso, vinhos. Pode ser simples assim, mas também dá pra sofisticar ao infinito! Eu comento algumas possibilidades e dicas no programa SV#33 e deixo um check list aqui. Você escolhe se prefere ler ou ouvir (ou os dois!).

Operacionalização:

  • Quantidade de confrades/confreiras: no nível profissa (só para degustar mesmo), calcule 1 garrafa para 12 (ideal: dá 60ml/pessoa) a 20 pessoas (máximo: dá uns 35ml/pessoa). Se for rolar jantar e bate papo depois (nível enófilo), recomendo 6 pessoas (calcule meia garrafa/pessoa).
  • Quantidade de vinhos: nem vou comentar o nível profissa! No nível enófilo, de 2 a 4 rótulos já está excelente (lembre do cálculo da meia garrafa/pessoa).
  • Apetrechos: vale investir numas taças legais. Além de estar cientificamente comprovado que o formato da taça favorece a apreciação de aromas, as taças complementam a enriquecem o prazer da degustação. Pode ser de vidro (mas quanto mais fino, melhor) e de um único modelo (lembre-se que os profissionais degustam TODOS os vinhos num único tipo padronizado de taça, mas se quiser conferir qual o modelo de taça recomendado para cada tipo de vinho, clique aqui >>). Vale combinar para cada confrade levar sua taça.
  • Olho na temperatura! Imprescindível provar os vinhos na temperatura correta. Neste ponto, a única simplificação aceitável é dispensar o termômetro e, na dúvida, servir o vinho mais frio que o ideal e aquecê-lo na taça.
  • Disciplina! ok, a vida é corrida e complicada e talvez não seja possível assumir o compromisso de se reunir 1 vez por semana, mas quando a vida permitir e a reunião acontecer, dediquem-se! Tomem o tempo para fazer a degustação de forma séria, tomar notas e compará-las. Relembre como degustar vinhos neste programa.

Confira a taça certa para cada vinho nesta ilustração:

Não descuide da temperatura! Confira aqui:

 

 

Organização:

  • Nível enófilo ultra simples: considerando 6 pessoas, cada 2 levam um rótulo. Nesses casos mais “livres”, vale combinar faixa de preço para garantir vinhos equivalentes (especialmente pensando no jantar depois da degustação!).
  • Nível enófilo anfitrião: um ou 2 confrades se encarregam da curadoria do encontro (veja sugestões de temas a seguir). Essa é uma organização legal porque permite que a) o anfitrião estude e se aprofunde no tema a ser explorado (que pode ser de sua própria escolha) e b) os demais confrades façam as degustações às cegas (altamente recomendado por aguçar os sentidos e minimizar subjetividades e preconceitos)

Dicas de temas:

É importante provar os vinhos obedecendo à ordem de corpo – do mais leve para o mais encorpado. Defina a ordem em que os vinhos serão degustados conforme sugerido nesse diagrama.
  • Por cor: recomendado para treinar os sentidos na identificação de cepas. Se for a noite dos brancos, pode-se escolher representantes varietais de sauvignon blanc, torrontés e chardonnay; se a noite for dos tintos, tenha representantes de pinot noir, carmenere ou malbec e cabernet sauvignon. Confira esses programas com as confrarias de brancos e tintos. Super legal fazer às cegas e se desafiar a descobrir as cepas!
  • Explorando a qualidade: essa foi uma experiência legal que fizemos aqui no blog. Escolhemos um único produtor e comparamos as características organolépticas de seus vinhos em ordem crescente de qualidade. Confira o programa com essa degustação.
  • Explorando o terroir: para quem já se sente à vontade com alguns varietais começar a explorar a influência do terroir. Esse tema vai desafiar o curador a encontrar vinhos representativos (e economicamente viáveis) para cada cepa. Vai ser divertido comparar às cegas um sauvignon blanc do Chile, um da Nova Zelândia e um de Sancerre, por exemplo; ou um pinot noir argentino da Patagônia x Mendoza (e se der para incluir um da Borgonha nessa noite, vai ser um luxo!).
  • Harmonizando: outra ideia legal que já testamos aqui no blog! Escolha um branco, um rosé e um tinto (ou apenas brancos e rosés, ou apenas tintos) e prove-os com queijo amarelo, queijo de cabra, um peixe e uma carne (por exemplo – as combinações são infinitas!) para conferir na prática o que funciona ou não. Confira a nossa degustação (e as explicações sobre harmonização) neste programa.

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